quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Educação Corporativa 2.0 – novos canais, novos desafios


Para tornar este blog mais plural, sempre que possível vamos divulgar veículos e dicas de bons profissionais para agregar maior valor ao seu trabalho. Indicamos hoje um artigo e o blog do Gestor de Educação e Relacionamento na e-Lead Liderança em Educação Corporativa Ubirajara Neiva que mantem o blog educacaonaempresa.blogpost.com.

Prof. Rudi

Confira:
Antes, a educação nas empresas era pautada pela sistemática relação Emissor - Receptor. Depois surgiram novas modalidades e canais que permitiram melhorar as práticas, mas sempre reforçando essa lógica. Hoje, com o uso intenso da Internet e dos recursos tecnológicos disponíveis, um avanço nesse campo se faz urgente. Blogs, microblogs e redes sociais representam uma nova forma de se comunicar e aprender. A chamada Web 2.0 traz a possibilidade de expressão livre em canais de interação constante e aglutinação ininterrupta.



Para a educação corporativa, um efeito direto é a possibilidade de que todos possam acessar e compartilhar conhecimentos e se tornarem agentes de mudança e inovação, uma vez que as fontes de informação são muitas. É a quebra do antigo modelo. Agora, as pessoas podem interagir e responder em tempo real. Um bom exemplo disso são as mídias sociais, que podem servir como ferramentas importantes para a troca de informações e auxiliar no processo de sedimentação ou ampliação de conhecimentos dos colaboradores sobre a empresa, o negócio, a visão estratégica e, mais especificamente, até sobre o seu próprio trabalho.


E como isso tudo começou? A verdade é que só está começando. Pelo que acompanho no dia-a-dia, tudo começou com Recrutamento & Seleção atentando para as redes como canais de oportunidade para se encontrar profissionais no mercado, já que há várias delas com incentivo à composição do perfil profissional aberto, como é o caso do Linked In. Depois disso, as empresas começaram a perceber que essas são soluções possíveis para se aplicar em educação. E existem versões semelhantes que podem ser internalizadas, com uso exclusivo dentro das empresas. Aqui está o grande potencial educacional dessas ferramentas. É possível criar comunidades internas de colaboração de conhecimento (como um Wikipedia próprio), blogs com informações ou atividades de programas de treinamento ou até um facebook só para os funcionários trocarem “figurinhas” e discutirem ações ou desdobramentos desses programas educacionais.


Opinião

Procurei conversar com algumas pessoas que trabalham diretamente com redes sociais para entender melhor esses impactos e possíveis obstáculos da aplicação dos recursos da Web 2.0 na educação corporativa. Trago uma pequena entrevista que fiz com Carolina Costa, consultora empresarial especializada em comunicação organizacional, que vem atuando já a um bom tempo com esses recursos.

educacaonaempresa.blogspot.com: O advento da Web 2.0 tem revolucionado a comunicação e a educação, de forma geral. Pensando no universo corporativo, como você vê o uso das chamadas redes sociais nos processos educacionais nas empresas?

As redes sociais são ótimos dispositivos para uma divulgação de processos educacionais, tanto para colaboradores como para públicos externos, todavia, as redes sociais não são apenas canais de divulgação. A forma de interação com o público que as redes sociais oferecem é um formato único em comparação com os outros meios de comunicação. A TV, as publicações impressas e o rádio são vozes de via única, o emissor diz, porém o receptor não tem como dar retorno imediato. Nas redes, a comunicação se configura em via dupla, onde quem escuta também tem que ser ouvido. A interação é dinâmica e plena. Esse conteúdo disponível nas várias plataformas é base educacional e pode ser transformado como instrumento nas empresas.



educacaonaempresa.blogspot.com: Como mensurar o alcance e a adesão dos colaboradores de uma empresa a essas ações via redes sociais?



Cada rede possui sua forma de interação e mensuração das ações realizadas pela organização. Alguns exemplos: A "Fan Page", página do Facebook criada para que as pessoas possam acompanhar ações lançadas por suas marcas favoritas, tem o recurso de “curtir”, que funciona como um contador e é, de certa forma, um modelo de mensuração; o Orkut também possui comunidades que permitem a interação dos usuários; os "seguidores" do Twitter e seus "retweets" das publicações também oferecem dados estatísticos; os blogs possuem contadores de acessos e geram relatórios estatísticos detalhados, assim como o Google Analytics, que pode ser associado a sites, hotsites ou blogs e disponibiliza ferramentas que demonstram como estão os acessos àquele endereço, com um excelente nível de detalhamento.


 
educacaonaempresa.blogspot.com: Como fica, na sua opinião, a questão do controle de informações sigilosas ou estratégicas diante desse cenário?



Muitas empresas imaginam que basta contratar um estagiário para monitorar as redes sociais da organização e pronto, mas isso é um erro. É preciso que cada empresa estude a necessidade real de se inserir nesse ciberespaço, considerando suas características culturais. Se optar por ir adiante, é preciso dar suporte ao profissional responsável, preferencialmente alguém especializado no assunto, que vai poder também ensinar aos outros envolvidos. Essa especialização do profissional é necessária porque ele vai conduzir a formatação do que vai ser compartilhado, seja interna ou externamente, em consonância com o pensamento da organização. Além disso, diretores, gerentes e supervisores precisam estar atentos e alinhados com as iniciativas educacionais ou comunicacionais que são lançadas nas redes.



educacaonaempresa.blogspot.com: Cite uma experiência que você considera modelo em comunicação e educação com o emprego das redes.


Atuo em consultoria empresarial e assessoria de comunicação voltada para esse fim. Além de acompanhar o uso diário das redes sociais, vivenciando as práticas que citei anteriormente, conheço uma plataforma de comunicação digital, da Universidade Leonel Brizola (ULB), que alia muito bem a comunicação digital, educação online e formação política, sendo, para mim, um excelente exemplo de como as redes, aliadas à prática da cidadania, auxiliam no trabalho com a educação e a comunicação.

Desafios

Assim como disse Carolina Costa, acredito também que não se pode achar que o fato de as redes serem dinâmicas, os processos irão acontecer do nada. É preciso sim pensar estrategicamente cada ação educacional que se vai lançar com o uso desses recursos, respeitando sempre os colaboradores, suas características e necessidades. A cultura da organização deve ser o elemento norteador para uma decisão de se utilizar ou não a Web 2.0 na educação corporativa.


Como em toda novidade ou mudança, haverá resistências. E elas só serão vencidas se o trabalho de diagnóstico inicial e escolha das ferramentas adequadas for bem realizado. Além disso, será preciso treinar as pessoas no uso de muitas ferramentas, já que há colaboradores que ainda não estão familiarizados com essa tecnologia.


O ideal é definir um grupo de pessoas ou uma área específica, um projeto-piloto e iniciar, de forma pontual e cautelosa, o emprego dessas tecnologias. Com um projeto aplicado, fica mais fácil mensurar resultados, identificar eventuais problemas e corrigi-los antes de ampliar gradativamente esse uso para outras áreas e outros programas educacionais.



Você já utilizou algum recurso Web 2.0 na sua empresa com finalidade educacional? Ou participou de algum programa nesse formato? Compartilhe conosco!



Até o próximo!



Ubirajara Neiva

Gestor de Educação Corporativa e Relacionamento

www.e-lead.com.br

www.twitter.com/e_lead



DICA: Para conhecer cases de empresas (Procter & Gamble, Microsoft e Novartis) que usam as redes em seus negócios, com foco em excelência, resultados e inovação, o livro Redes Sociais de Rob Cross pode ser uma referência.






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